"VIVA A VIDA"! Lucas 14.7-14

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Jesus vê todas as pessoas, indistintamente, como alvos de sua graça.

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Grande ideia: Jesus vê todas as pessoas, indistintamente, como alvos de sua graça.
Estrutura: A vida do outro deve ser mais considerada do que a sua própria (vv. 7-11) (em outras palavras, sempre dê preferência ao outro); os que não podem lhe retribuir o bem que você faz são o alvo das suas considerações (vv. 12-14) (em outras palavras, sempre dê preferência ao outro carente).
14.1-24: Histórias à mesa de jantar.
O contexto é o do jantar que Jesus foi convidado na casa de um fariseu (Lc. 14.1). Jesus havia interrompido sua refeição para atender a um homem que sofria de hidropsia. A fala de Jesus já tinha sido enfática, pela vida (Lc. 14.3,5).
https://tulipareformada.com.br/2021/05/04/por-que-alguem-se-torna-cristao-por-timothy-keller/
Por que alguém se torna cristão? Por Timothy Keller Escrito por Tulipa Reformada A propagação do cristianismo foi vista como subversiva à ordem social, uma ameaça ao modo de vida da cultura. Os cristãos eram considerados exclusivos demais para serem bons cidadãos.
Mas, à luz dos enormes custos sociais de ser cristão nos primeiros três séculos, por que alguém se tornou cristão? Por que o Cristianismo cresceu tão exponencialmente? O que o Cristianismo ofereceu que era muito maior do que os custos? Hurtado e outros apontaram três coisas.
Primeiro, os cristãos foram chamados para um “projeto social” único que ofendeu e atraiu as pessoas. Os cristãos proibiam o aborto e a prática de “exposição infantil”, em que bebês indesejados eram simplesmente expulsos. Os cristãos eram uma contracultura sexual, pois se abstinham de qualquer sexo fora do casamento heterossexual. Isso estava em meio a uma cultura que pensava que, especialmente para homens casados, sexo com prostitutas, escravos e filhos era perfeitamente normal.
Além disso, os cristãos eram extraordinariamente generosos com seu dinheiro, especialmente com os pobres e necessitados, e não apenas com sua própria família e grupo racial. Outra diferença marcante era que as comunidades cristãs eram multiétnicas, já que sua identidade comum em Cristo era mais fundamental do que suas identidades raciais e, portanto, criavam uma diversidade multiétnica, sem precedentes para uma religião.
Finalmente, os cristãos acreditavam na não retaliação, perdoando seus inimigos, mesmo aqueles que os estavam matando.
Em segundo lugar, o cristianismo ofereceu um relacionamento de amor direto e pessoal com o Deus Criador. As pessoas ao redor dos cristãos queriam o favor dos deuses, e as religiões orientais falavam sobre experiências de iluminação, mas um relacionamento de amor real com Deus era algo que ninguém mais estava oferecendo.
Terceiro, o Cristianismo ofereceu garantia de vida eterna. Todas as outras religiões ofereciam alguma versão de salvação por meio do esforço humano e, portanto, ninguém poderia ter certeza da vida eterna até a morte. Mas o evangelho nos dá a base para uma plena certeza da salvação agora, porque é pela graça não obras e pela obra de Cristo não é nossa.
Dê preferência ao outro. (vv. 7-11)
(a) Na época de Jesus, escolher os primeiros lugares era sinal de honra e autoridade.
(b) Jesus prefere ensinar aqui a prudência de não se ter de si mesmo um conceito mais elevado do que se convém. Algo que Paulo vai reafirmar mais tarde:
Filipenses 2.3–4 (NAA)
3 Não façam nada por interesse pessoal ou vaidade, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo, 4 não tendo em vista somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros.
(c) Mais de uma vez Jesus afirmou que há uma relação muito próxima entre “se exaltar” e “ser humilhado” e “se humilhar” e “ser exaltado”.
Lucas 18.9–14 (NAA)
9 Jesus também contou esta parábola para alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: 10 — Dois homens foram ao templo para orar: um era fariseu e o outro era publicano. 11 O fariseu ficou em pé e orava de si para si mesmo, desta forma: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano. 12 Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo o que ganho.” 13 O publicano, estando em pé, longe, nem mesmo ousava levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, dizendo: “Ó Deus, tem pena de mim, que sou pecador!” 14 Digo a vocês que este desceu justificado para a sua casa, e não aquele. Porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.
Provérbios 25.6–7 (NAA)
6 Não se glorie na presença do rei, nem se ponha no meio dos grandes, 7 porque melhor é que lhe digam: “Suba para cá!”, do que ser humilhado diante do príncipe. A respeito do que os seus olhos viram,
(d) Em suma:
Evangelho de Lucas 3. Jesus como conviva na casa de um superior dos fariseus no sábado – Lc 14.1–24

Por isso os termos parábola (Lc 14:7) e provérbio (Lc 14:11) permitem constatar que Jesus não está estabelecendo regras gerais de sabedoria, mas que faz afirmações que visam indicar a situação íntima da pessoa (cf. Lc 18:14). O sentido mais profundo da parábola sobre os lugares à mesa é, portanto, tornar-se pobre e pequeno diante de Deus.

2Coríntios 8.8–9 (NAA)
8 Não digo isto na forma de mandamento, mas para provar se o amor de vocês é sincero, comparando-o com a dedicação de outros. 9 Pois vocês conhecem a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que, por meio da pobreza dele, vocês se tornassem ricos.
2. Dê preferência ao outro menos favorecido. (vv. 12-14)
(a) Jesus inverte o foco aqui do convidado para aquele que convida para o jantar.
(b) Quem você convida diz muito sobre o seu propósito com o jantar: exibição ou partilha.
Evangelho de Lucas 3. Jesus como conviva na casa de um superior dos fariseus no sábado – Lc 14.1–24

A motivação de Jesus desvenda a intenção do anfitrião, que espera uma retribuição do convite por parte de parte de seus convidados. Quem busca uma compensação humana para suas boas ações perde a recompensa que Deus distribui (Mt 6:2; Lc 6:24).

Quando Jesus aponta para a ressurreição, ele indica que alvo e qual recompensa devemos visar.

Mateus 6.2 (NAA)
2 — Quando, pois, você der esmola, não fique tocando trombeta nas sinagogas e nas ruas, como fazem os hipócritas, para serem elogiados pelos outros. Em verdade lhes digo que eles já receberam a sua recompensa.
Lucas 6.24 (NAA)
24 — Mas ai de vocês, os ricos, porque vocês já receberam a consolação!
1Tessalonicenses 4.13–15 (NAA)
13 Irmãos, não queremos que vocês ignorem a verdade a respeito dos que dormem, para que não fiquem tristes como os demais, que não têm esperança. 14 Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, na companhia dele, os que dormem. 15 E, pela palavra do Senhor, ainda lhes declaramos o seguinte: nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, de modo nenhum precederemos os que já morreram.
(c) Ecos do “manifesto de Nazaré”: “pobres, aleijados, coxos e cegos”.
Lucas 4.18–19 (NAA)
18 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, 19 e proclamar o ano aceitável do Senhor.”
(b) Há bem aventurança (“riqueza, felicidade”) para quem ajuda quem não tem com o que retribuir.
Lucas 6.32–36 (NAA)
32 — Se vocês amam aqueles que os amam, que recompensa terão? Porque até os pecadores amam aqueles que os amam. 33 Se fizerem o bem aos que lhes fazem o bem, que recompensa terão? Até os pecadores fazem isso. 34 E, se emprestam àqueles de quem esperam receber, que recompensa terão? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto. 35 Vocês, porém, amem os seus inimigos, façam o bem e emprestem, sem esperar nada em troca; vocês terão uma grande recompensa e serão filhos do Altíssimo. Pois ele é bondoso até para os ingratos e maus. 36 Sejam misericordiosos, como também é misericordioso o Pai de vocês.
(e) Temos de rever nossos valores: quem mesa queremos participar a da “ressurreição dos justos” ou da comunhão com os insensíveis?
Comentário Bíblico Africano:
Vivemos num mundo repleto de desigualdades, que criam cadeiras desiguais nas mesas de jantar de nossos dias. Devemos trabalhar no sentido de garantir não apenas que tenham acesso à mesa de jantar (Lc. 12.12-14), mas também que a própria mesa seja remodelada para acomodar todos os filhos de Deus. Não devemos apenas sair e sentar diante de uma mesa “estrangeira”, mas diante de uma mesa que seja autenticamente nossa, num contexto apropriado ao nosso cristianismo africano. Kanyoro sugere que essa mesa deve ser redonda, sem lados e nenhuma posição preferencial das cadeiras. Nela não existe primeiro ou último e há lugar para todos. A mesa redonda é uma representação visual da igreja em que mulheres e homens participam em total igualdade, cuidando do ministério pastoral ou de cura, como parte do sacerdócio de todos os crentes.
3. Outras aplicações:
(a) Temos de pensar em quem estamos interessados em agradar: aos homens ou a Deus. Quem agrada a Deus desenvolve a virtude da humildade. Leva isso a sério.
1Coríntios 4.1–4 (NAA)
1 Assim, pois, importa que todos nos considerem como ministros de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. 2 Ora, além disso, o que se requer destes encarregados é que cada um deles seja encontrado fiel. 3 Mas a mim pouco importa ser julgado por vocês ou por um tribunal humano; nem eu julgo a mim mesmo. 4 Porque a consciência não me acusa de nada. Mas nem por isso me dou por justificado, pois quem me julga é o Senhor.
Timothy Keller:
A humildade do evangelho mata a necessidade que tenho de pensar em mim. Não preciso mais ligar as coisas à minha pessoa. Essa humildade dá fim a pensamentos como: “Estou nesta sala com essas pessoas. Isso faz com que seja bem visto por elas? Estar aqui me faz bem?”. A humildade baseada no evangelho significa que não relaciono mais cada experiência e cada conversa à minha pessoa. Na verdade, deixo de pensar em mim mesmo. É a liberdade que vem do autoesquecimento. É o descanso bendito que somente o autoesquecimento nos oferece.
A humildade verdadeira que brota do evangelho significa ter o ego satisfeito, não inflado. Trata-se de algo absolutamente singular. Estamos falando de autoestima elevada? Não. De baixa autoestima? De jeito nenhum. Isso em nada se relaciona com autoestima. Paulo simplesmente se recusa a entrar nesse jogo. Ele deixa bem claro: “Não me importo com sua opinião, mas também não importo com a minha”- esse é o segredo.
A pessoa verdadeiramente humilde é aquela não é aquela que se odeia ou se ama, se sim a que tem a humildade do evangelho. É uma pessoa que se esquece de si mesma e cujo ego é igual aos dedos dos pés. Eles simplesmente exercem sua função. Não imploram por atenção. Os dedos simplesmente trabalham; o ego simplesmente trabalha. Nem o ego, nem os dedos chamam atenção para si.
(b) Experimente incluir na sua vida pessoas que não tem como lhe pagar pelos seus investimentos a elas. Em outras palavras, chame para a sua mesa os “não amáveis”.
Apocalipse 3.20 (NAA)
20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.
Lucas 22.27–30 (NAA)
27 Pois qual é maior: aquele que está à mesa ou aquele que serve? Não é verdade que é aquele que está à mesa? Pois, no meio de vocês, eu sou como quem serve. 28 Vocês são os que têm permanecido comigo nas minhas tentações. 29 E eu confio a vocês um reino, assim como o meu Pai confiou a mim, 30 para que comam e bebam à minha mesa no meu Reino; e vocês se assentarão em tronos para julgar as doze tribos de Israel.
Brenan Manning:
No judaísmo da Palestina do primeiro século o sistema de classes era colocado em vigor à risca. Era legalmente proibido misturar-se com pecadores à margem da lei: sentar-se à mesa com mendigos, cobradores de impostos (traidores da causa nacional, porque coletavam impostos de seu próprio povo para Roma a fim de ganharem uma comissão) e prostitutas era tabu religioso, social e cultural.
Infelizmente, o significado do compartilhar de refeições está em grande parte perdido na comunidade cristã dos nossos dias. No Oriente Médio, compartilhar de uma refeição com alguém é uma garantia de paz, confiança, fraternidade e perdão: a mesa compartilhada representa a vida compartilhada. Para um judeu ortodoxo, dizer “gostaria de jantar com você” é uma metáfora que implica em “gostaria de iniciar uma amizade com você”. Até mesmo hoje, um judeu americano compartilhará sem problemas com você de um café com rosquinhas, mas estender um convite para jantar equivale a dizer: “Venha para meu mikdash me-at, o santuário em miniatura da minha sala de jantar, onde celebraremos a mais sagrada e bela experiência que a vida proporciona- a amizade.”
“Seria impossível subestimar o impacto que essas refeições devem ter tido sobre os pobres e os pecadores. Aceitando-os como amigos e como iguais Jesus havia removido a vergonha, a humilhação e a culpa deles. Ao demonstrar que eles importavam para ele como pessoas, ele concedeu a eles um senso de dignidade e libertou-os do seu antigo cativeiro. O contato fisico que ele deve ter tido com eles à mesa (Jo 13.25) e que ele obviamente nunca sonharia em condenar (Lc 7.38,39) deve tê-los feito sentirem-se limpos e respeitáveis. Além disso, porque Jesus era visto como um homem de Deus e como profeta, eles teriam interpretado o seu gesto de amizade como a aprovação de Deus sobre eles. Agora, eram aceitáveis diante de Deus. Sua pecaminosidade, ignorância e impureza haviam sido deixadas de lado e não eram mais levadas em conta contra eles”.
Ilustr.:

"O homem humano", de Adélia Prado

"Se não fosse a esperança de que me aguardas com a mesa posta o que seria de mim eu não sei. Sem o Teu Nome a claridade do mundo não me hospeda, é crua luz crestante sobre ais. Eu necessito por detrás do sol do calor que não se põe e tem gerado meus sonhos, na mais fechada noite, fulgurantes lâmpadas. Porque acima e abaixo e ao redor do que existe permaneces, eu repouso meu rosto nesta areia contemplando as formigas, envelhecendo em paz como envelhece o que é de amoroso dono. O mar é tão pequenino diante do que eu choraria se não fosses meu Pai. Ó Deus, ainda assim não é sem temor que Te amo, nem sem medo." (Do livro Poesia reunida, publicado pela Editora Siciliano.)
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